Em cerimônia realizada na noite de encerramento da Mostra Competitiva Regional deste IV Cinebaru (domingo, 27 de setembro de 2020), e depois de cinco dias de exibição online dos 23 selecionados, os prêmios desta edição, com suas respectivas notas, são:
MELHOR FILME (JÚRI)
Aldeia do Cachimbo, direção coletiva entre os indígenas da etnia Imboré, da Aldeia do Cachimbo, e Sebastian Gerlic
MENÇÕES HONROSAS (JÚRI)
Tudo que é apertado rasga, de Fábio Rodrigues
Michele de Michele Mesma, de Michele Menezes
Cão Maior, de Filipe Alves
PRÊMIO AQUISIÇÃO SESCTV
Aldeia do Cachimbo, direção coletiva entre os indígenas da etnia Imboré, da Aldeia do Cachimbo, e Sebastian Gerlic
Carta do Juri
(Andréa Alves, Diego Zanotti, Diney Silva, Edileuza Penha de Souza, Ludielma Laurentino, Rayanne Layssa)
Primeiro queremos agradecer ao Cine Baru pelo convite e por compartilhar com a gente essa imensidão de imagens e possibilidades de cinema. Uma Mostra tão bonita e cuidadosa construída por pessoas que acreditam e amam o que fazem. Vida longa ao CineBaru.
Dando então início à premiação:
Vivemos em tempos difíceis e ásperos. Genocídio da população negra e indígena; incêndios criminosos de nossas matas e reservas. Tempos amargos onde o amor e o cuidado se fazem urgentes e necessários. É tempo de amar e acreditar, de não perder as esperanças. Por isso, a terceira menção honrosa é para um filme que aquece nossos corações, que descomplica o cotidiano para dar vazão ao afeto. Para afetar como o brilho de uma ou muitas estrelas. Com amor e muita delicadeza, Nossa terceira Menção Honrosa vai para Cão Maior, de Felipe Alves.
Direito à educação pública e de qualidade para tod@s, direito à universidade, direito à saúde, a comer seis refeições por dia, direito à moradia, ao trabalho e à dignidade. Direito de ser Feliz. A segunda menção honrosa foi para mostrar que não existe uma história única, mas que cada história precisa ser contada. Assim, por mostrar através de sua própria trajetória a importância da educação, ainda mais vivendo em tempos políticos tão assustadores, Michele de Michele Mesma, de Michele Menezes recebe a segunda menção honrosa.
O Brasil tem uma dívida com o povo negro, o cinema e a televição estampam profundas marcas de desigualdades, onde corpos negros são representados de forma caricata e estereotipada. Sim, queremos o direito de outras histórias. Histórias de muitos corpos editados de um modo a demarcar o poder da imagem. Não à toa, a primeira menção honrosa foi por acender sobre as/os artistas negras/os o reconhecimento de seus papéis fundamentais na história da televisão e do cinema nacional. Tudo que é apertado rasga, de Fábio Rodrigues recebe nossa primeira menção honrosa.
Mais do que uma extensão de terra demarcada, um território guarda história, territorialidades e ancestralidade. O prêmio de melhor filme sintetiza a proposta do CineBaru, um festival que a cada ano cresce e floresce de sementinhas plantadas, regadas e cuidadas por inúmeras pessoas que acreditam na força da terra e no poder transformador do cinema. Sim, a quarta edição buscou no prêmio de melhor filme, o coletivo, a luta pela terra, o enfrentamento de um povo que peleja por poder viver onde sua história e memórias foram plantadas. O prêmio de melhor filme vai para Aldeia do Cachimbo, de direção coletiva entre os indígenas da etnia Imboré da Aldeia do Cachimbo e Sebastian Gerlic.
Nota SescTV
Pela abordagem da preservação ambiental, as denúncias sobre a especulação da terra, as questões relacionadas à questão indígena e o protagonismo dos índios, assim como o domínio dos meios para contar essa história.
Júri Técnico Lapso (Fic, 24 min, Lagoa Santa, Santa Luzia e Belo Horizonte-MG, 2023) Dir. Caroline Cavalcanti
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